Com Alessandro e Terry, grandes amigos italianos (a amiga canina é a Furia!)
Por FABIANA PANOBIANCO
Todos sempre ouvimos falar que o povo europeu é fechado, que são frios, que não acolhem estrangeiros e que comparados com nós brasileiros, chegam a ser grossos. Isto até tem um fundo de verdade, mas em parte.
Ao chegarmos aqui sentimos um pouco deste distanciamento que todos falam. Mas com o passar dos meses apreendemos a ver isso com outros olhos. Não é que eles são frios, eles apenas respeitam o espaço do outro e a individualidade de cada um!
Nosso primeiro apartamento ficava sobre um “lungolago”, que é um caminho sobre o lago onde as pessoas andam, como uma calçada. Por mais que todos pudessem ver tudo o que acontecia dentro de nossa casa, eles não o faziam em respeito ao espaço alheio.
Nosso vizinho de varanda, todas as vezes que estávamos lá, e calhava de cruzarmos os olhares, ele se virava de costas. Coisa de um metro de distância um do outro, ele se recusava até a olhar pra mim! No inicio pensei: que cara sem educação! Mas com o tempo fui percebendo que o motivo nunca foi a falta de educação, mas apenas o respeito ao meu espaço. Pois quando nos cruzávamos na área comum do prédio, ele nos cumprimentava com toda educação e simpatia do mundo, e perguntava sobre nosso País (coisa que, por sinal, gera imensa curiosidade neles).
A varanda do nosso primeiro apê. A varanda do vizinho ficava logo ali atrás!
Ao longo do tempo fomos fazendo alguns amigos. Claro que não é como no Brasil, onde basta uma cerveja e um assunto em comum para todos virarem amigos de infância. Aqui as coisas acontecem de forma diferente, e quando um italiano te convida para entrar na casa dele, pode ter certeza de que você foi aceito pra sempre.
Como já conhecíamos o dono da cervejaria mais famosa aqui da região, foi uma bela ponte para o início das nossas amizades. De cara, fomos convidados para o casamento do filho dele, o qual vale o texto exclusivo que eu prometo escrever, pois foi uma experiência incrível e que vale a pena ser compartilhada. Nessa festa de casamento conhecemos mais algumas pessoas, e assim fomos criando uma rede de amigos novos.
A dona do apartamento que alugamos também acabou se tornando uma amiga e nos apresentou mais alguns, e a cada dia nos sentimos mais acolhidos.
Claro que sentimos falta nos nossos amigos brasileiros. E como sentimos! Tem dias em que a vontade de voltar bate e só queríamos reviver alguns momentos que passamos juntos, lembramos de histórias, besteiras que falamos, conversas que jogamos fora, apoio que recebemos em momentos difíceis e o aperto no coração se faz presente.
Visitas brasileiras são um acalentador enorme para nossos corações. Por isso, amigos, venham nos visitar sempre que possível!!!
Mas como já falei em outros textos, temos que manter o foco e continuar pesando todos os prós e contras na balança, e apreendendo a lidar com o vazio que estas pessoas queridas nos deixam. Outro atenuador enorme é a internet, que reduz a distância e te coloca ao vivo e presente em momentos felizes (algumas vezes o excesso de “felicidade” faz as pessoas esquecerem do fuso horário de cinco horas e te ligam no whatsapp às quatro da manhã…né Fabiana Braga??? Rsssss).
Mas o que seríamos de nós sem estas relações?
Estou te seguindo, menina bonita!!! Beijocas
Muito obrigada! Um elogio vindo de uma mulher como você fico até me achando!
Haha Felicidade eh tudo!!!! E saudade não tem hora!!! Bjoo
Sempre estaremos dispostos a atender suas ligações de madrugada!
Amei esse post Fabi…
Eu compartilho da mesma opinião quanto aos suecos. “…Não é que eles são frios, eles apenas respeitam o espaço do outro e a individualidade de cada um!…”
Quando a gente passa a olhar a cultura deles, a gente entende que näo existe o certo, o errado, existe a diferenca de cultura e comportamento!
Beijos com Saudades
Paulinha
Verdade Paulinha.
Vejo que o maior problema para o imigrante que não se adapta ao novo Pais, é que eles não querem se misturar e viver a cultura do novo local, querem apenas impor a sua cultura e continuar com os mesmos hábitos antigos.
o primeiro passo para uma mudança de Pais é a abertura da mente para novas experiências e novos aprendizados!
Beijos